CÂMARA MUNICIPAL DE MUNIZ FREIRE - ES

Câmara realiza entrega de Moção de Aplausos e Elogios

A Moção de Aplausos e Elogios nº 011/2021, de autoria do vereador Agenor Favoreto Filho, honrosamente tem como finalidade homenagear o Sr. Antônio Affonso.

Antônio Affonso nasceu na localidade de Benfica, próximo da Sede do município de Muniz Freire – ES, na data de 05 de setembro de 1933. Foi o terceiro filho do casal Francisco Affonso de Miranda e Cecília Pastore. Além dele, desta união nasceram também, Maria, Calme, mais conhecida por Carminha, Nilson, Wilson e Maria José (Zezé), sendo esta última a caçula dos irmãos.

Passou a infância e a adolescência entre Benfica e a sede do município, a cidade de Muniz Freire, ajudando o seu pai na lida dos afazeres do dia a dia, nas propriedades rurais da família, Benfica e Pedra Bonita, esta última localizada na região denominada Estreito, próxima da sede do município de Muniz Freire.

Ainda criança, iniciou os seus estudos na Escola localizada na Saudade, próximo dos Feletti, mais tarde ingressou na Escola Bráulio Franco, cujas professoras estão sempre presentes em sua lembrança, entre elas; Dona Antonina, Dona Isides Lyrio Merçon, Dona Mercedes Deps e Dona Ester Tallon, educadoras que o marcaram profundamente por consequência do carinho e dedicação dispensada ao aluno Antônio. Lembra ainda, que durante a sua passagem pela vida escolar, após as aulas, ainda encontrava um tempinho para ajudar a avó paterna D. Alexandrina, nos afazeres cotidiano da propriedade agrícola, tendo por ela uma eterna gratidão por consequência de seus conselhos e ensinamentos.

Como toda criança também brincava em sua infância. No século passado, as brincadeiras infantis eram bem diferentes da atualidade, em que prevalecem os jogos eletrônicos que nem em sonhos eram almejados alguns anos atrás. Mesmo existindo brinquedos que ainda fazem a alegria da garotada, a sua infância se fez presente com modestas brincadeiras, entre elas podemos citar as peladas nos campos de futebol, a bolinha de gude (mais conhecida por boleba), pique esconde-esconde, subir em árvores, sempre na presença dos primos e amigos de infância, carrinhos de madeira produzidos de forma artesanalmente e o jogo de pião. Lembranças de outrora, mas constantes em sua mente.

O tempo passou, e com ele, chegou à maturidade. Aos dezoito anos, foi prestar o Serviço Militar obrigatório na cidade do Rio de Janeiro. Consta que o percurso até a cidade de Cachoeiro de Itapemirim aconteceu de carro, porém de lá até o destino final, a “Cidade Maravilhosa”, aconteceu no trem da Estrada de Ferro Leopoldina, que já foi a principal rota de saída do Espírito Santo para o Rio de Janeiro. Sua estadia naquela cidade para a missão patriótica foi de aproximadamente um ano, ocasião em que, após o período de permanência naquela cidade retornou para a terra natal.

Durante o período em que serviu no Quartel Militar, fez parte da Guarda Presidencial, cuja finalidade era proteger o Presidente Getúlio Vargas, na residência oficial no Palácio do Catete. A sua estadia no Exército, lhe rendeu uma menção honrosa, emitida pelo Coronel Silvino Castor da Nóbrega, datada de 20 de Dezembro de 1952, para que transmitisses aos seus pais o brilhantismo com que serviu aquela Instituição Militar. Assim diz o documento do Batalhão de Guardas do Ministério da Guerra: “Ao licenciar o Sr. Antonio Affonso tenho satisfação de me congratular com seu responsável pela maneira correta com que ele se conduziu no Exército Brasileiro, evidenciando plena noção do cumprimento do dever, espírito de disciplina, boa conduta e apreciáveis qualidades morais, predicados que são, naturalmente, frutos de esmera educação, sábia orientação recebida em seu lar”. Encerrando assim, uma permanência no Exército Brasileiro, com coroação e êxito.

Ao chegar à terra natal, sem uma profissão definida, continuou ajudando com o seu trabalho nas propriedades da família, até receber os primeiros ensinamentos no ofício de alfaiate com o Sr. Newton Ribeiro Soares. Enquanto exercia o aprendizado e se estabelecia profissionalmente na alfaiataria, conheceu a futura esposa, a Sr.ª Maria Zenilda Rizzo. O iniciante namoro madureceu e culminou em casamento, datado de 23 de abril de 1955. Desta união, que durou até o falecimento da esposa, nasceu a filha Maria Regina, sendo esta a única sobrevivente de um total de mais seis filhos, que faleceram ainda no ventre da mãe, por consequência da incompatibilidade consanguínea do casal, denominada de Eritroblastose Fetal, que naquele período não existia tratamento. Nesta época, ainda permanecia na profissão de alfaiate, ofício de seu aprendizado com o Sr. Newton Ribeiro Soares.

Algum tempo depois, por iniciativa do sogro, o Sr. José Rizzo, popularmente conhecido por Juca Rizzo, foi incentivado a mudar de profissão. Este o informou que soube que estava à venda uma barbearia, de propriedade do Sr. Joaquim Ribeiro Soares (Joaquim Titito), nesta cidade de Muniz Freire. Em seguida, o Sr. Juca Rizzo sugeriu ao genro que comprasse a barbearia e mudasse de profissão, com a ajuda financeira do pai, o Sr. Francisco Affonso de Miranda e assim o fez. Aprendeu o novo ofício e passou a trabalhar oferecendo o serviço na barbearia. A escolha da nova profissão foi de fato acertada, pois daquela época até a presente data, já são 63 anos de serviços prestados à população Muniz-freirense.

A nova atividade profissional que passou a exercer com muito esmero e dedicação lhe rendeu uma brilhante e vitoriosa carreira com a qual conquistou inúmeros clientes, considerando todos eles seus grandes amigos. Entre estes, constam de autoridades políticas, judiciárias, comerciantes da sede de outros distritos e populares de nossa cidade. Autoridades religiosas também fizeram parte deste rol, e com muito orgulho lembra da época em que prestava o ofício ao Monsenhor Anibal Ademar Vieira da Cunha, na Casa Paroquial. Outro que lhe vem à lembrança é o Sr. Agenor Favoreto, de quem era amigo e que, na véspera de seu falecimento, em dezembro de 1988, o atendeu em sua residência para cortar o cabelo e fazer a barba.

O sucesso adquirido na carreira de barbeiro, que se iniciou na barbearia comprada de Joaquim Ribeiro Soares continua no mesmo local até a presente data, desde o ano de 1958. Neste período, além do atendimento no tradicional ponto, localizado na Praça Divino Espírito Santo, oferta também os seus serviços que são realizados nas residências de seus clientes quando estes se encontram acamados e enfermos.

Atualmente, mesmo estando aposentado, não deixa de prestar o ofício que aprendeu e que exerce com profundo profissionalismo e dignidade para a sociedade Muniz-freirense. Mesmo diante do trabalho, ainda encontra tempo para dedicar atenção às netas Larissa e Thaís. Respectivamente, mães de seus bisnetos, Enzo, Yuri e André, este último filho da neta Thaís.

Os costumes na lida com o campo não foram esquecidos com o tempo. Mesmo aos 88 anos de idade (completados no dia 05 de setembro ), ainda se dedica a atividade de pecuarista, visitando sempre aos domingos pela manhã a sua propriedade agrícola que foi herança dos pais, cujo retorno para a sua residência, acontece com uma caminhada a pé.

Outra paixão que o deixa muito alegre ou entristecido quando perde, é o Clube Regatas do Flamengo. A dedicação pelo time do coração perpassa por todas as linhas dos gramados dos estádios de futebol. A alegria contagiante pelo rubro negro, é motivo constante da decoração da barbearia localizada no centro da cidade. O local foi transformado em ambiente onde se encontram vários tipos de souvenirs que lembram as glórias do passado e presente do time carioca. É também endereço onde os amigos comemoram, comentam ou lamentam os resultados dos certames que o Flamengo participa. Naturalmente, tudo acontece no mais fraterno ambiente em que, todos sintam-se alegres e respeitados, levando na esportividade a democracia reinante na escolha do time do coração de cada um de seus clientes e amigos.

Mesmo sem frequentar uma denominação religiosa, sempre demonstrou ser um cidadão temente a Deus e aos ensinamentos cristãos, buscando a prática deísta e seus mandamentos através de seus atos e práticas de amor ao próximo de modo cotidiano. A liberdade de decisão na escolha da religiosidade deveu-se aos ensinamentos de seus pais, pois tendo uma parte da família pertencentes à denominação Batista, não esconde as raízes materna do catolicismo, praticado por seus ancestrais familiares. Realizando assim, uma confraternização ecumênica onde se prevalece o respeito ao ente familiar e aos demais seres humanos e criaturas divina. 

Assim sendo, por toda a sua contribuição profissional, honradez e dedicação com que convive na sociedade Muniz-freirense, e como modo de fazer justiça ao seu histórico de cidadão de bem e prestador de um relevante serviço social, buscamos atribuir, ainda em vida, uma homenagem para que o seu exemplo seja seguido, por todos nós habitantes da cidade de Muniz Freire e pelos demais cidadãos que tomarem conhecimento de seu legado. Para que, no presente e na posteridade, muitos possam conhecer a sua história de vida.

Data de Publicação: quinta-feira, 21 de outubro de 2021

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